Especialistas unem esforços para testar a eficiência de ozônio na eliminação do vírus.

A deficiência da cobertura dos serviços de saneamento básico é alarmante no Brasil, onde cerca da metade do volume de esgoto gerado não recebe tratamento adequado. No contexto da pandemia de SARS -Cov 2 (Covid 19), o risco da presença do vírus nos esgotos despertou a comunidade cientifica para a tecnologia norte americana, HyDOZ® da BlueInGreen, de dissolução de gás ozônio, para eliminação do vírus nos esgotos.

“A iniciativa de aplicar ozônio fundamenta-se na simplicidade do sistema e por ser um potente agente oxidante, com ampla utilização em processos de tratamento de água e esgotos, somando-se a outros benefícios secundários, quando comparado com outras tecnologias de desinfecção existentes”, explica Paula Vilela, Engenheira Civil, Doutora em Saneamento Básico pela Universidade de São Paulo, Pós-Doutorada pelo IHE – Institute for Water Education na Holanda, e líder da área de Water na Ramboll Brasil, braço nacional de uma das maiores consultorias ambientais do mundo.”

A especialista revela que outro fator de risco, refere-se aos profissionais da área de saneamento básico, especialmente os operadores de Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), e aqueles que realizam manutenção de redes coletoras, por estarem em contato diariamente com amostras de esgotos. A inalação de aerossóis pode ser uma perigosa via de transmissão do vírus.

No Brasil, 100 milhões de habitantes são afetados pela falta de saneamento, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2018. “Essa realidade nos torna mais vulneráveis às infecções por doenças de veiculação hídrica, como gastroenterite infecciosa, febre amarela, dengue, leptospirose, malária e esquistossomose, além do novo risco da COVID, pois sofremos com a falta de cobertura de tratamento de esgotos. É hora de investirmos em tecnologias como a HyDOZ®”, que já se mostrou eficiente na remoção de vários contaminantes, em água e esgotos, afirma Paula Vilela.

Para Eugenio Singer, Diretor Geral da Ramboll Brasil, um dos sintomas mais graves resultantes da precariedade do saneamento básico e tratamento inadequado dos esgotos, é o colapso da saúde.

HyDOZ®

A primeira fase dos testes com a tecnologia HyDOZ®, para eliminação do SARS-COV-2 foi conduzida pela Paula Vilela, nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade do Arkansas, entre setembro e dezembro de 2020. A segunda fase será realizada no Brasil, com previsão de início em abril.

A engenheira faz parte do grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que buscam testar a eficácia dessa tecnologia de desinfecção.

fonte: https://tratamentodeagua.com.br/tecnologia-eliminacao-sars-cov-2-esgotos/